Como habitualmente no fim de um exame deixo aqui um pouco do muito que aprendi, desta feita em Filosofia da Linguagem. É uma disciplina em que tenho reservas e discordâncias com aquilo que muitos dos seus mais proeminentes filósofos concluem e com o método que, por vezes, adoptam. No entanto, é, por vezes, encantador perceber como a linguagem é não só algo que nos caracteriza e distingue como humanos, mas também um local decisivo onde se joga a nossa relação pensamento-mundo. Na verdade, as ciências da linguagem, as neuro-ciências, etc. que visam a cognição do cérebro dizem muito pouco do que é pensar e de como, esse acto básico do nosso ser, se relaciona com o mundo. De facto, quem tem pensamentos são pessoas e não cérebros, os pensamentos relacionam-se mais com o mundo do que com os cérebros, o que faz um pensamento ser verdadeiro ou falso é o mundo e não o cérebro, o nosso guia na compreensão da relação pensamento-mundo é a linguagem (talvez não seja só, mas essa é uma boa discussão filosófica), esse "tesouro comum", na expressão de Frege, que a humanidade tem e que é transmitido de geração em geração.
Por falar em linguagem, mais uma tira da Mafalda. Um bom fim-de-semana.

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