sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Linguagem

O cansaço começa apoderar-se de mim. Os dias são cada vez mais curtos e as noites parecem cada mais mais longas e nunca mais amanhece. E isto é mau sinal. Ontem fiz o meu exame de filosofia da linguagem que deve dar para passar. Recebi a minha nota de estética que, atendendo às circunstâncias de nunca ter ido a uma aula e de ter pouco tempo para estudar, acabou por ser mais do que uma nota média. Hoje vou escrever mais uns capítulos da minha unidade lectiva sobre a Igreja porque logo tenho reunião do grupo de trabalho para os manuais de EMRC. E à noite vou à conferência que o meu amigo Jorge Pires Ferreira vai realizar, no Colégio Luso-Francês, sobre a doutrina social da Igreja, de que ele é uma especialista. A juntar a tudo isto aproximam-se dias maiores para os quais tenho que estar bem desperto, disponível e confiante. Tudo se conjugará. Sem stress.

Como habitualmente no fim de um exame deixo aqui um pouco do muito que aprendi, desta feita em Filosofia da Linguagem. É uma disciplina em que tenho reservas e discordâncias com aquilo que muitos dos seus mais proeminentes filósofos concluem e com o método que, por vezes, adoptam. No entanto, é, por vezes, encantador perceber como a linguagem é não só algo que nos caracteriza e distingue como humanos, mas também um local decisivo onde se joga a nossa relação pensamento-mundo. Na verdade, as ciências da linguagem, as neuro-ciências, etc. que visam a cognição do cérebro dizem muito pouco do que é pensar e de como, esse acto básico do nosso ser, se relaciona com o mundo. De facto, quem tem pensamentos são pessoas e não cérebros, os pensamentos relacionam-se mais com o mundo do que com os cérebros, o que faz um pensamento ser verdadeiro ou falso é o mundo e não o cérebro, o nosso guia na compreensão da relação pensamento-mundo é a linguagem (talvez não seja só, mas essa é uma boa discussão filosófica), esse "tesouro comum", na expressão de Frege, que a humanidade tem e que é transmitido de geração em geração.
Por falar em linguagem, mais uma tira da Mafalda. Um bom fim-de-semana.

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