Peço desculpa a todos os que gostam de passar por esta varanda sobre os (meus) dias por não actualizar este espaço como deveria, mas a proximidade do exame de estética (terça-feira), a minha ausência de todas as aulas por impossibilidade de conjugar o meu horário lectivo com o da faculdade e o pouco tempo que aquela actividade me deixa levam a que me tenha que dedicar mesmo intensamente ao estudo para ver se faço a disciplina. Aqui fica a habitual reflexão sobre o Evangelho de hoje. Regressarei na quarta-feira. Uma boa semana para todos.
É sempre emocionante ver Jesus partilhar o espaço dos pecadores: "quando todo o povo recebeu o baptismo, Jesus também foi baptizado". É o amigo de pecadores de que tanto o acusaram durante a sua vida pública. É o Deus que se solidariza, não com o pecado, mas com o pecador. E é aí, no meio do Homem, entre aqueles que assume como seus, é aí no meio do mundo e da história que Deus se lhe revela e o envia. É aí que Deus o baptiza verdadeiramente, não com a água da natureza, mas com o Espírito Santo e é aí que Jesus escuta a revelação que Deus lhe faz. E o que diz essa revelação é muito clara: é aí no meio do mundo que deves ser Filho; é aí para os homens do teu tempo que eu te envio, é aí que te identificas totalmente com a minha vontade.
E o que faz então, Jesus? Põe-se a baptizar no deserto?
Não, parte para o meio dos seus, aproxima-se do sofrimento das pessoas, dedica-se a ter gestos de bondade por uma família humana mais justa e fraterna, espalha uma palavra de misericórdia, de esperança, de renovação de Deus e do mundo. Integra-se nos dias para actualizar em cada momento a Salvação, que não é algo de teórico ou espiritual, mas é serviço concreto e libertador do Homem.
Também o nosso baptismo não é o da água, mas o do Espírito que nos envia ao mundo de hoje. É interessante verificar que foi enquanto orava que Jesus recebeu o baptismo do Espírito e escutou a voz do Pai. A oração do baptizado só é cristã se o colocar no mundo, se mover os seus pés no anúncio da paz, se mover as suas mãos na entrega generosa e solidária, se mover os lábios com palavras que levantam e elevam, se mover o coração numa fé amorosa sem fingimento. Assim, se cumpre todos os dias o nosso baptismo que não é de conversão pessoal, mas de transformação da vida pessoal e comunitária. Falta cumprir-se o baptismo da Igreja.
domingo, 10 de janeiro de 2010
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