Quarta-feira à noite fui à oração Taizé, na Igreja de S. José das Taipas, no Porto. Nesta oração foram entregues os ícones às paróquias de acolhimento dos participantes, no encontro ibérico de Taizé, que se vai realizar no Porto de 13 a 15 de Fevereiro de 2010. O colégio Luso-Francês será uma dessas "paróquias" e foi impressionante o entusiasmo dos estudantes do secundário que logo se disponibilizaram a acolher e a criar todas as condições para fazermos daquele encontro e da "nossa" casa uma espaço de partilha, celebração e cultivo da esperança que é uma das fontes da alegria.
Nesse dia 13 partirão também uma série de alunos e professores em peregrinação a S. Tiago de Compostela (aqui chamamos-lhe o Caminho), que é já um marco da vida do Colégio e que tem marcado significativamente muitos jovens (e não só) que se deixam interpelar por uma experiência de espiritualidade profunda e exigente. Com eles estaremos em comunhão e, para melhor a visualizar e realizar, proporcionaremos, em alguns momentos, espaços de partilha por videoconferência. E, porque queremos que Taizé seja vivido por todo o colégio, vamos preparar a capela para ser, desde já, uma espaço universal de oração e de contemplação do divino através do ícones que recebemos na passada quarta-feira.
Por falar em quarta-feira, não posso terminar sem referir que a igreja de S. José das Taipas estava cheia, numa noite de futebol e de inclemente chuva. Que bom regressar à penumbra de uma igreja exclusivamente iluminada pela luz das velas, ao silêncio entrecortado pela Palavra e pelos melodiosos cânticos que, no início, mal percebemos a letra mas (como a voz que não se impõe do Mestre) que se vão interiorizando e vislumbrando em sentido que nos leva, numa comunhão crescente e depois de bem escutar uma e outra vez, a juntar a nossa voz à de tantos que partilham a mesma fé. Assim, ali estive de pé (não havia lugar nem para sentar no chão) a rezar cantando: Senhor Jesus tu és luz do mundo: dissipa as trevas que me querem falar. Senhor Jesus és luz da minha alma saiba acolher o teu amor.
Quando regressava a casa (sempre debaixo de chuva) recordava estas palavras que conscientemente escrevia, em 23 de Janeiro de 2003, para uma conferência sobre a pastoral juvenil na diocese (era o director do secretariado): A nossa experiência diz-nos que os jovens desejam e procuram estes espaços onde se dá oportunidade à revisão de vida, à descoberta de Jesus como alguém e alguém que tem a ver com o seu mundo, à vivência espiritual (e como eles estão abertos a vivências deste tipo!), e à alegria do serviço à comunidade, que quando integrado e enquadrado é proposto e querido por eles próprios. Eles desejam; falta quem lhes dê, oriente e apoie.
Como é possível que tanta gente, na pastoral da Igreja, nas paróquias ainda não tenha compreendido este anseio e esta disponibilidade não só dos jovens, mas da maioria dos discípulos de hoje de Jesus.
Estou muito feliz por regressar a este mundo... porque, como cantava na celebração de que vos falo, a alma que anda no amor nem cansa nem se cansa.
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
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2 comentários:
Ao ler este teu texto vem-me à memoria um retiro que fiz contigo, nada tinha a ver com Taizé, mas foi um espaço onde fiz silêncio, reflecti sobre a minha vida. Entendo tão bem as tuas palavras quanto aos jovens e aos Homens dos nossos dias. É necessário que as paroquias criem condições e espaços para proporcionar aos jovens momentos destes. Como um simples cantico toca tanto o coração do ser humano? Parabens pelas tuas palavras!
Quanta sintonia!
Estivemos juntos na mesma oração!
Sentimos a força de um espaço onde foi possivel estabelecer comunhão com Deus, mas não nos vimos, nem nos encontramos!
A escolha da mesma letra, uma música que repetida várias vezes se torna chama que queima o nosso coração... desde Agosto tornou-se uma das letras que repito mais vezes nos meus dias...
Assegurei a leitura do salmo... que pena, parece que o meu amigo já não reconhece a minha voz?
Até à próxima oração nas Taipas!
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