Nesse dia 13 partirão também uma série de alunos e professores em peregrinação a S. Tiago de Compostela (aqui chamamos-lhe o Caminho), que é já um marco da vida do Colégio e que tem marcado significativamente muitos jovens (e não só) que se deixam interpelar por uma experiência de espiritualidade profunda e exigente. Com eles estaremos em comunhão e, para melhor a visualizar e realizar, proporcionaremos, em alguns momentos, espaços de partilha por videoconferência. E, porque queremos que Taizé seja vivido por todo o colégio, vamos preparar a capela para ser, desde já, uma espaço universal de oração e de contemplação do divino através do ícones que recebemos na passada quarta-feira.
Por falar em quarta-feira, não posso terminar sem referir que a igreja de S. José das Taipas estava cheia, numa noite de futebol e de inclemente chuva. Que bom regressar à penumbra de uma igreja exclusivamente iluminada pela luz das velas, ao silêncio entrecortado pela Palavra e pelos melodiosos cânticos que, no início, mal percebemos a letra mas (como a voz que não se impõe do Mestre) que se vão interiorizando e vislumbrando em sentido que nos leva, numa comunhão crescente e depois de bem escutar uma e outra vez, a juntar a nossa voz à de tantos que partilham a mesma fé. Assim, ali estive de pé (não havia lugar nem para sentar no chão) a rezar cantando: Senhor Jesus tu és luz do mundo: dissipa as trevas que me querem falar. Senhor Jesus és luz da minha alma saiba acolher o teu amor.
Quando regressava a casa (sempre debaixo de chuva) recordava estas palavras que conscientemente escrevia, em 23 de Janeiro de 2003, para uma conferência sobre a pastoral juvenil na diocese (era o director do secretariado): A nossa experiência diz-nos que os jovens desejam e procuram estes espaços onde se dá oportunidade à revisão de vida, à descoberta de Jesus como alguém e alguém que tem a ver com o seu mundo, à vivência espiritual (e como eles estão abertos a vivências deste tipo!), e à alegria do serviço à comunidade, que quando integrado e enquadrado é proposto e querido por eles próprios. Eles desejam; falta quem lhes dê, oriente e apoie.
Como é possível que tanta gente, na pastoral da Igreja, nas paróquias ainda não tenha compreendido este anseio e esta disponibilidade não só dos jovens, mas da maioria dos discípulos de hoje de Jesus.
Estou muito feliz por regressar a este mundo... porque, como cantava na celebração de que vos falo, a alma que anda no amor nem cansa nem se cansa.
2 comentários:
Ao ler este teu texto vem-me à memoria um retiro que fiz contigo, nada tinha a ver com Taizé, mas foi um espaço onde fiz silêncio, reflecti sobre a minha vida. Entendo tão bem as tuas palavras quanto aos jovens e aos Homens dos nossos dias. É necessário que as paroquias criem condições e espaços para proporcionar aos jovens momentos destes. Como um simples cantico toca tanto o coração do ser humano? Parabens pelas tuas palavras!
Quanta sintonia!
Estivemos juntos na mesma oração!
Sentimos a força de um espaço onde foi possivel estabelecer comunhão com Deus, mas não nos vimos, nem nos encontramos!
A escolha da mesma letra, uma música que repetida várias vezes se torna chama que queima o nosso coração... desde Agosto tornou-se uma das letras que repito mais vezes nos meus dias...
Assegurei a leitura do salmo... que pena, parece que o meu amigo já não reconhece a minha voz?
Até à próxima oração nas Taipas!
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