segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Uma Visita

Eis que as minhas férias chegaram mesmo. Escrevo este post já no Algarve, mais propriamente no alto da arriba que circunda a magnífica praia de Vale Centeanes (foto).
Mas gostaria de recordar a visita que fiz, no sábado passado, à minha antiga paróquia da Reguenga. Já aqui sublinhei várias vezes o carinho que nutro por todas paróquias por onde passei (Lamelas, Refojos de Riba d` Ave, Reguenga e Válega).
Desta vez, soube por amigos que se ia realizar, na Eucaristia vespertina da Reguenga, uma homenagem ao sacristão que serviu a Igreja naquela paróquia durante décadas. O Sr. Agostinho é um homem muito sui generis que dedicou muito do seu tempo e da sua vida à Igreja e à defesa intransigente dos sacerdotes que serviu dedicadamente. Foi com emoção e comoção que lhe dei um forte abraço e lhe ouvi palavras que não são de desistência, mas que são expressão de um sentimento da missão cumprida: "Sabe o que quero? Que chegue a morte". Como muitas vezes digo naquelas paróquias me fiz homem, cristão e padre. Com o Sr. Agostinho aprendi a pedir desculpa e a ser humilde e respeitador do outro. A história conta-se desta forma: numa sexta-feira santa, no final da celebração da paixão, irritado com a prestação do coro (sempre fui excessivamente exigente com a actuação do coro das três paróquias que ensaiava) e enquanto lhes chamava a atenção para erros cometidos, usei palavras insolentes com aquele bom ancião. No outro dia de manhã lá estava à porta da sua humilde casa a pedir desculpas. Como cresci com esse gesto e como nasceu uma mútua relação de verdadeira amizade. Para o Sr. Agostinho, que nunca lerá estas palavras, o meu muito obrigado pelo muito que é e que me deu.
Não posso deixar de referir mais duas coisas que vivi na tarde de sábado passado.
Primeiro, a visita que fiz a amigos que há muito não via. Sei que é injusto visitar uns e não outros, mas não tenho o dom da ubiquidade e não é possível retribuir a tantos tanto amor. Visitei a Natalina e o Ferreira amigos de uma doçura inigualável. Visitei a Gravinda e os seus, amigos de uma sinceridade que sempre admirei e agradeço. Visitei a D. Elsa e a sua casa, amigos de um amor tão afectuoso e tão forte que saio de lá sempre esmagado pela pequenez do meu amar.
Finalmente, que dizer das pessoas no final da Eucaristia de homenagem? Rodearam-me com tanta saudade, reconhecimento e consideração que me reforça uma convicção que tenho desde os tempos em que paroquiei todas as minhas paróquias: as pessoas sabem reconhecer quem lhes faz bem; sabem retribuir cem por um. Foram tantas as pessoas com quem falei que seria injusto destacar alguém em particular e só tenho pena de não ter estado mais um pouco com muitas delas. Para todas um forte abraço de gratidão.

4 comentários:

Alírio Camposana disse...

Boas férias amigo Fernando.

Possas usufruir do repouso merecido na companhia de quem te é querido!

Alírio

Unknown disse...

Os amigos são "peças" fundamentais no jogo da Vida...Na Reguenga, sabes que as poderás encontrar,SEMPRE!
Quanto a:"Para o sr. Agostinho,que nunca lerá estas palavras...", lamento amigo,mas estás equivocado.Entristece-me que assim o penses...

lores disse...

ao visitar o blog soube que esteve na reguenga, com grande pena minha e dos meus(Luis Carlos, Ruas e Dolores) não lhe podemos dar um abraço. Quando cá vier venha nos fazer uma visita a nossa casa está sempre de portas abertas para os nossos amigos.
Agora tambem nos preparamos para ferias vamos para Espanha na 2ª quinzena com amigos nossos( Margarida,Zé Carlos, Marcos e Sara, Simão Pedro, Cristina e a pequena Bia), na ultima semana vão ter connosco o Duarte e a Mafalda, esperamos duas semanas de descanço para enfrentar o resto do ano que não tem sido facil.
Com o desejo de continuação de boas férias, um beijo e até breve
Dolores

MAR disse...

Cada um com a sua missão a cumprir. Estar atento aos sinais é ordem ideal para seguir o caminho. Acredito que o que lhe vai na alma foi salientado aqui com responsabilidade assumida. Ao dar uma pegada para construir caminho, implica dar ao outro a liberdade de actuar, sempre com respeito. Dessa forma o Universo segue o seu curso de forma original, certo?

MAR,
SHALOM