A propósito da notícia política, com sabor a Verão, que, na semana passada, fazia manchete no Público, sobre a hipótese de a presidência da república estar sobre escuta, o subdirector do semanário Sol, Mário Ramires escreveu uma deliciosa crónica que reflecte sobre algo que muitos, com certeza, já sofremos na pele. Cito só o seu início, já que depois, o seu desenvolvimento, se fixa no referido caso, que é de muito menor importância.
"Portugal sempre foi um país de bisbilhoteiros e quadrilheiras. Vem de longe. Em cada terra, em cada bairro, em cada prédio, sempre houve alguém cujos olhos, ouvidos e língua iam muito além do que deveria ser considerado normal.
Mas o normal, entre nós, é que seja mesmo assim. A cusquice e a bilhardice - a cuscuvilhice foi ganhando sempre novas designações (em cinco frase, já vão cinco) - são desporto nacional.
Desporto ou trabalho. Sim, porque um dos problemas dos portugueses é que têm mais calos nas orelhas e na língua do que nas mãos. Se, em vez de passarem a vida a xeretar o que os outros andam a fazer, antes fizessem algo de verdadeiramente útil, a produtividade do país era com toda a certeza outra".
Como sei do que Mário Ramires fala. Como tenho pena de não o ter escrito. Como gostaria que alguns lessem este post.
Uma boa semana.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
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