E quando tudo estava preparado para uma semana de férias (bem merecidas) em Tavira, programadas desde inícios de Junho, tudo se altera pelas contingências da vida. Quando esperava ter mais tempo para dedicar a amigos que há muito não vejo, eis que tenho que ficar confinado, de novo, ao meu apartamento (não, não estou com a gripe H1N1). Quando tive que recusar simpáticos convites para comemorar os vinte e cinco anos do Lar Paroquial de Válega ou para passar uma semana de escrita criativa em Barcelona (pensava nesses dias já estar no Algarve), eis que me encontro limitado pela dedicação e carinho que aqueles são meus merecem e pedem.
É impressionante como a vida, que programamos e pensamos dominar, nos prega estas partidas que nos consciencializam de que afinal não somos senhores do tempo nem dos dias. Então de que somos senhores? De nós próprios, da capacidade de enfrentar as contrariedades da forma que melhor nos faça crescer e ser. Ontem ao deitar li uns versos de Ruy Belo que se enquadram no que sinto:
Somos a grande ilha do silêncio de deus
chovam as estações soprem os ventos
jamais hão-de passar das margens.
Muito me abala, mas nada me abate e derrota. E o silêncio de Deus é eloquente sinal da sua presença e do seu conforto. E assim, de margens gastas pelo bater das vagas, continuarei a passar por aqui, o meu istmo de comunicação com o mundo e com os amigos.
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