No entanto, o fim-de-semana passado e o dia de ontem proporcionaram-me momentos de contraponto positivo com o sempre exigente estudo. Ontem, depois do exame, estive a conversar, na casa diocesana de Vilar, com o Dr. Marcelino que é a pessoa que melhor conhece as sombras e as luzes do meu coração. Foi um encontro há muito desejado e adiado, que me trouxe uma confiança no futuro e uma paz interior só ao alcance dos bons mestres espirituais. No domingo almocei com uma grande amiga de Válega, na comemoração do seu aniversário. Mais uma vez (e são tantas) fui verdadeiramente presenteado pela sua amizade, pela sua generosidade e pelo convívio com a sua numerosa, acolhedora e estimulante família. É muito reconfortante sentir como sou tão acarinhado mesmo depois de já ter saído de Válega há quatro anos. É muito grande a minha dívida para com os muitos amigos que deixei naquela terra!
Mas hoje queria falar-vos da minha noite de sábado. Fui ao cinema (algo que já não fazia há muitos meses) ver o filme de Baz Luhrmann (Romeu e Julieta; Moulin Rouge), Austrália. Pois meus senhores se querem regressar aos grandes clássicos do cinema, àqueles filmes que só se podem ver na sala escura de um cinema, que sabem contar linearmente e sem pseudo-intelectualismos uma história com grandeza, sensibilidade, emoção (quem não se emocionar já se deixou vencer pelo cinismo), simbolismo, encanto, sem velocidades loucas nem golpes de efeitos especiais sem nexo não podem perder esta pérola, esquecida pelas audiências americanas. É o regresso (?) arrebatador do verdadeiro grande cinema americano que, no passado, o elevou a líder da indústria cinematográfica mundial. Grandes interpretações, banda sonora bem integrada, realização audaz e segura estão ao serviço de uma história de diálogo de culturas, de busca interior, de renovação de vida, da força salvadora e redentora do amor do amigo, do amor homem-mulher, do amor maternal, do amor de filho, do amor a um país. Dizia a certa altura a criança protagonista: “Contar histórias é o mais importante de tudo; é assim que guardamos sempre as pessoas que nos pertencem”. É por isso que não me canso de recordar e recontar e reviver as muitas histórias da minha vida…
Quem quiser um aperitivo pode clicar a seguir:
TrailerdeAustrália
2 comentários:
Admito que fui ver o filme porque ganhei uns bilhetes na Antena3, e mesmo assim estava algo apreensivo (mais um daqueles, que juntamente com todo o marketing cinematográfico, quer ser alguma coisa), mas na realidade aquilo que afirmas é verdade.
Depois de um Romeu e Julieta actual, e de um Moulin Rouge ousado, este Austrália é de tudo um pouco. Um clássico sem dúvida, mas com uma sinergia de histórias: romance, guerra, História e até um cheirinho de cowboy's (Western).
Oscar? Não me parece, mas ficará na memória? Sim!
Vale a pena ir ao cinema de graça.
Também gostei imenso do filme.
É, como dizes, a volta dos bons clássicos, num filme que nos faz pensar em tanta coisa!..
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