segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Ele passa.

O meu comentários às leituras de domingo, vai-se debruçar sobre o evangelho do III Domingo do Tempo Comum e não sobre o da celebração da conversão de S. Paulo porque entendo que se deve seguir o ritmo do ano litúrgico para melhor compreender a sua pedagogia.
Terminamos neste domingo a primeira parte do nosso percurso: De um encontro pessoal...
E neste se confirma o que se vislumbrava no evangelho do domingo passado: o encontro pessoal com Jesus é tão decisivo que nem pode ficar reduzido às quatro paredes de uma Igreja, nem às 48 horas de um retiro, nem aos 40 dias de uma quaresma. Ele passa por todos esses momentos e chama-nos mas também passa pela nossa lide de todos os dias. E como é difícil O perceber, O escutar, O dar-lhe tempo no lufa lufa do nosso trabalho! E pior, como se percebe pelo Evangelho de Marcos (Mc 1, 14-20), Ele passa caminhando, não se detendo a tentar convencer-nos nem implorando que O sigamos. Porque será? Porque a urgência da Sua noticia, a necessidade vital da Sua mudança, a dor e os sofrimentos dos homens para quem Ele veio e vem não permitem que percamos tempo. O cuidado pelo nosso irmão, a sua libertação e a sua reabilitação exigem a nossa resposta, a nossa acção cooperadora com o Mestre. Por isso pescadores de homens porque somos chamados a libertar da opressão os outros (o mar na bíblia é sinal do poder do mal).
Então que fazer para O perceber a passar e a chamar por nós nas margens dos nossos dias?
Perceber que Ele passa mesmo pelos funcionários que dirigimos, pelo cliente que atendemos, pelo aluno que ensinamos, pela mãe preocupada com o seu filho, pelos irmãos que partilham as preocupações, pelo amigo que anseia por ver-nos, pela esposa que pede colaboração, pelo..., pelo..., pelo...
Nós sabemos que ele passa e chama e tantas vezes naqueles que mais queremos e que mais tempo estão connosco e que, por isso, tantas vezes colocamos à margem da nossa sensibilidade.
Mais que possível o encontro pessoal com Jesus é decisivo para a nossa fé, vital para os nossos irmãos e consequente para o nosso trabalho.

1 comentário:

Grupo de Jovens disse...

É uma presença sempre discreta e silenciosa - mesmo para aqueles que o procuram no seu dia a dia.
Contudo, não deixa de chamar por cada um de nós, de nos envolver profundamente... O segredo, está em ouvir a sua VOZ, saber onde, como e através de quem nos fala... Mas depende exclusivamente de nós deixa-lO fazer parte da nossa vida.
Não nos tenta convencer a segui-lO, porque será sempre um acto de adesão individual, livre e espontâneo.
Haverá maior liberdade do que esta?