domingo, 4 de abril de 2010

Domingo de Páscoa

É interessante notar que os artistas preocuparam-se sempre mais em reproduzir a ressurreição de Jesus, centrando n'Ele toda a sua atenção. Mas outro caminho poderia ter sido mais percorrido. O grande desafio seria reflectir sobre aqueles que ainda ontem estavam desagregados e que, a partir deste dia, iniciaram um movimento de que nós somos filhos. O que lhes aconteceu? Como O descobriram vivo? O que os colocou de novo a correr no caminho? Por isso, neste dia de Páscoa escolhi este quadro do pintor suíço Eugène Burnand, Les Disciples Pierre et Jean Courant au Sépulcre le Matin de la Résurrection.
A Igreja funda-se na convicção deste homens, na sua experiência pascal, no seu encontro com Jesus Ressuscitado. Como ressuscitaram eles daquele torpor e daquele medo? E como ressuscitaremos nós, hoje? Para onde corremos nós, nestes dias? O que nos faz correr? Que fazes com a tua liberdade?
Como música volto a propor Bach e a sua Missa em si menor, desta vez o Santus. Grandioso e magnífico como tudo neste dia deve ser.
Uma Santa Páscoa.

2 comentários:

Alírio Camposana disse...

Amigo Fernando,

A pergunta que colocas é muito interessante.

Para mim, Jesus, ou não chegou a morrer fisicamente, pois há quem diga que não lhe partiram as tíbias e, provavelmente não terá morrido na cruz tendo, pura e simplesmente, partido do túmulo com a ajuda dos amigos de José de Arimateia ou, mais perto do que acredito, terá passado a um plano espiritual - a tal Ressurreição dos crentes, deixando a "carne" para trás.

A ser assim, não há nem nascimento nem morte, apenas uma continuidade rumo a melhores lugares, evoluindo.

Para onde correremos? Pois eu acho que devemos correr, sempre, rumo à perspectiva de nos tornarmos melhores pessoas. Quiçá, um dia, nos será facultada a proximidade aos segredos do Criador!

Um forte abraço para ti a para a tua família nesta Páscoa.

Um abraço.

Alírio

Fernando Mota disse...

Sem dúvida, porque mesmo o vento favorável sem um rumo, sem um objectivo é tão inútil e pernicioso como os ventos contrários. Continuemos o caminho e encontraremos...
De todos nós também para ti uma Páscoa frutuosa. Abraço