Hora de silêncios. Comprometidos, culpados, desiludidos, solitários, talvez uns poucos meditativos e, com certeza muito poucos orantes. Naquele sábado tudo era sem esperança, tudo era terminus, fim, morte. Hoje o nosso sábado santo já não é assim, mas quantas vezes nos sentimos assim? E quantos assim se sentirão? Viver sem esperança é como viver num túmulo.
A música que proponho é o famoso Parce mihi Domine de Cristóbal de Morales (1500-1553), um dos maiores polifonistas espanhóis da renascença. O texto é tirado do livro de Job 7, 16-21 e é expressão da desesperança que a beleza da música e da interpretação do Hilliard Ensemble com Jan Garbarek não deixam adivinhar, talvez porque enquanto o génio humano for capaz de momentos assim há razões para a esperança e para crer que se tanta beleza não pode ser absorvida pela morte, então o que dizer do amor.
sábado, 3 de abril de 2010
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