domingo, 11 de abril de 2010

II Domingo da Páscoa

O lema que pensei para este tempo pascal parte do Evangelho de hoje - estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam -, do apelo de João Paulo II a quando da sua eleição - abri de par e par a portas a Cristo - e da situação que tem marcado a Igreja nestas últimas semanas desde a descoberta de novos casos de pedofilia no seu seio, agora em plena Europa. Assim, o meu lema é este: De Portas Abertas para o Mundo.
Uma Igreja fundada na Ressurreição de Jesus só pode estar aberta ao mundo para com ele entabular diálogo, para nele servir o homem, para a ele oferecer a Paz que recebemos do Mestre vivo.
Uma Igreja nascida da manhã de Páscoa só pode estar no mundo como quem acolhe quem quer que dela se aproxime, nela procure conforto, compreensão e ajuda.
Uma Igreja que nasce do sopro do Ressuscitado só pode ter uma atitude de esperança, sempre pela positiva e num dinâmica salvífica porque crê na Vida e no Amor.
O Evangelho deste domingo é muito claro. O cristão nunca pode sentir-se acossado pelo mundo. Nem, consequentemente, pode adoptar uma atitude, tão usada no passado, de fortaleza que, sentindo-se atacada por todos os lados, se defende dos ataques da sociedade, do desenvolvimento, da imprensa, dos ateus, etc, etc. A Igreja não pode ter esta atitude porque é a negação da manhã de Páscoa que arrombou com todas as portas fechadas pelo medo! A Igreja, nós os cristãos não podemos usar os métodos de persuasão e de combate de opinião dos senhores deste mundo. Porque se o usarmos (como tantas vezes no passado) negamos a Páscoa de Jesus.
Não temos que ter medo de nada nem de ninguém, mas essa coragem não vem da força dos nossos braços ou dos nossos exércitos, não vem da influência dos lobys amigos ou da eloquência dos nossos fazedores de opinião, não vem da grandeza das nossas manifestações de massas que tentam desagravar os ofendidos e entrar no campo das contabilidades estatísticas, não vem pela desvalorização ou anatematização daqueles que nos criticam ou condenam. Não. A nossa coragem e nossa glória está na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo.
De portas abertas, saímos com aquilo que temos: Jesus Cristo. Oferecemos o que recebemos: a misericórdia de Deus. Agimos como Ele age connosco: acolhe todos sem excepção. A quem nos condena: amamos e pedimos por eles. A quem nos recusa: seguimos o caminho porque são muitos os que nos escutam e incontáveis os que esperam a Salvação e o Sentido para a Vida. A quem nos ridiculariza: chega o nosso silêncio. Ou somos mensageiros da Paz de Jesus ou não somos a sua Igreja.
A Igreja será incrédula se fechar as suas portas, se não celebrar a alegria, se usar as armas do mundo, se se vitimizar, se se preocupar mais consigo do que com os homens, do que com Jesus Cristo Ressucitado. Nunca, como nestas horas, se percebe, afinal, em quem colocamos as nossas forças: se n'Ele se em nós...

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