Neste domingo contemplamos duas mulheres de esperanças: Isabel e Maria, mas Maria é o protótipo do advento cristão. Para o perceber coloquemos estas duas mães em paralelo: uma habita uma cidade de Judá, perto da capital e do templo, a outra habita numa cidade da Galileia, mais perto dos gentios; a gravidez de uma é anunciada no templo a Zacarias, o anúncio, a Maria, é feito directamente à mãe, ainda em Nazaré; uma fica grávida e permanece recolhida em sua casa, enquanto Maria coloca-se entusiasmada e rapidamente a caminho da casa de Isabel, como quem anuncia uma grande notícia que pede generosidade. Isto é, Maria já age como um discípulo, já age como o verdadeiro discípulo de Jesus (anuncia e serve) e, por isso, será bendita porque acreditou em tudo o que lhe foi dito da parte do Senhor, diz-lhe Isabel. Aqui se encontram as atitudes básicas do advento cristão: acreditar na Palavra, esperar no Senhor e sair ao encontro do outro. É uma fé e uma esperança activas, desinstaladoras, não rotineiras, nem individualistas, nem inconsistentes, mas companheiras do Homem concreto de hoje.
Nesta última semana de advento, tal como a grávida prepara, ansiosa e e entusiasmada, tudo para o primeiro encontro com o seu filho, nós somos chamados a ir ao encontro dos presépios vivos e actuais das nossas terras, aldeias, cidades, empresas, escolas, famílias, etc. A ir ao encontro do outro, que também é o que partilha a mesa da consoada connosco. E vamos para seguir o exemplo de Maria: cheia de Cristo, grávida de dias, com todos os riscos que isso implicava, bem como ir para a montanha, ela parte ao encontro do irmão e lá chegada saúda e louva a Deus. Que trajectos teremos esta semana? Caminharemos para onde? Por onde se lançarão nossos passos? E lá chegados saudaremos, abençoaremos, louvaremos e contagiaremos todos de alegria?
Estamos grávidos de Jesus. Somos seus portadores. Estamos a caminho do outro. Com ele nos sentaremos à mesa. Nascerá ele dos nossos gestos, palavras e celebrações? Como saberemos? Se saltarem à nossa volta de alegria, como João, no seio de sua mãe. Contagiemos de vida o mundo das trevas... Mas contagiemos, não con anátemas, mas com saudações abençoadamente proféticas.
domingo, 20 de dezembro de 2009
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2 comentários:
"(...) Estamos grávidos de Jesus. Somos seus portadores. Estamos a caminho do outro. (...). Nascerá ele dos nossos gestos, palavras e celebrações? (...)"
Ir ao encontro, tal como Maria, sem nos acomodarmos, é uma sugestão, um acto coerente com o sim anteriormente dito...
Saberemos nós, com a nossa vida, em cada gesto e encontro concreto, aceder à sua sugestão, dizendo-lhe sim?
Saberemos encontrar pelo caminho "Isabel" em cada um dos outros... saberemos nós revelar Aquele que já vive em nós?
Ou pelo contrário, o nosso "cruzar-se" será marcado pelo "desencontro"... aquele que nos deve fazer questionar: Será que Ele já nasceu no meu coração?
Sinto a ansiedade de quem caminha ao encontro... o desejo de quem quer revelar que Ele já faz parte da minha vida!
Obrigada, foi uma reflexão que me deixou sem palavras...
Um caminho feito de interrogações é uma caminho desperto à novidade da vida que é novidade de Deus. Que os dias que nos faltam para a celebração da encarnação nos lance no nosso mundo. Não para sermos como ele, mas nele e com Ele transformarmos as trevas em luz. Obrigado pelas suas palavras e por fazer caminho comigo. Um Santo Natal.
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