domingo, 14 de junho de 2009

O Meu Tio Luís Martins

Hoje quero reservar este espaço para sublinhar o aniversário do meu tio Luís Martins. Com ele aprendi e aprendo imensas coisas: na aldeia de onde é natural, Ribas em S. Pedro do Sul, aprendi a fazer vinho, a semear e apanhar batatas, a pescar, a admirar o campo, o seu ritmo, as suas gentes e, principalmente, a viver e a conviver com todas as pessoas sem fazer distinções. Na quinta da minha avó, na freguesia de Campanhã no Porto, ensinou-me como, no campo e na vida, devemos ser calmos, serenos e fazer as coisas sem pressas, com método e com alma. Ensinou-me a conduzir porque, logo que tirei a carta, andava comigo no seu Opel Kadett, que rapidamente me ofereceu, para que eu fosse adquirindo prática. Ensinou-me a cantar na missa e no fim de cada refeição da nossa família alargada. Nesses almoços, aprendi com ele a arte da oratória e esse momento congregador que é a altura dos discursos.
Enfim, se continuasse a lista seria infindável. Mas o mais importante, que com este meu tio aprendi foi a bondade, a gratuidade, a opção consciente pela seriedade e pela cidadania, a dedicação e o valor fantástico da generosidade que é a alegria do dar, sem nada esperar nem querer em troca, sem nada exigir ou condicionar. Além disso tudo, com o apoio incondicional da sua esposa, a tia Té, ajudou e ajuda a minha mãe a criar-nos (quando eu tinha dezoito anos a minha mãe ficou só, não trabalhava desde o nascimento da João e nós os quatro estudavamos!), ajudou e ajuda cada um de nós a concretizar os nossos sonhos. Por isso, não me venham falar do sangue porque o Amor não é uma questão natural nem de paternidades biológicas, o amor é uma opção por alguém em que se empenha toda a vida oblativamente. Adaptando o que o povo diz (por vezes lá acerta!) amar não é fazê-los mas é criá-los.
O tio Luís é o pai que realmente eu nunca cheguei a ter.
E suspeito que os meus três outros irmãos assinariam por baixo esta afirmação.

1 comentário:

vivalda disse...

Caro Amigo,

Mais uma vez é com muita alegria que constacto a união da tua familia.
Concordo contigo na questão do amor, sou tia e sei bem o que é amar!
Ás minhas sobrinhas ensino algumas das coisas que o teu tio te ensinou, mas infelizmente os tempos são outros e não sei tanto quanto ele.
Apesar de não o conhecer para o teu tio desejo os meus PARABENS.