Diz Sophia de Mello Breyner Andresen, no seu poema “A Estrela”:
“E eu espantada vi que aquela estrela
Para a cidade dos homens nos guiava”.
Realmente o Senhor encontra-se aí no meio dos homens, nas suas cidades, nos seus prédios, nos seus bairros, nas suas vidas aparentemente tão sem sentido, na crise que monopoliza todas as conversas. É aí nos homens que Ele nasce.
Por isso, com Paulo digo: “Alegrai-vos. De novo vos digo: Alegrai-vos” porque não há distinção entre sagrado e profano, entre Deus e os homens, entre espírito e corpo, entre céu e terra. Desde essa noite o homem não é rival de Deus, mas o grande local da manifestação de Deus; desde essa noite o nosso corpo não é pobre matéria em consumação mas matéria elevada por Deus para ser seu veículo de revelação e local de salvação; desde essa noite a nossa carne não é sinal de pecado mas sinal da profunda “humanidade” de Deus que por isso nos entende, ama e acarinha; desde essa noite o mundo não é oposto de Deus, mas o local onde Deus nasce e caminha com o homem para o tornar, a partir do seu interior (no seio de cada um) mais humano, próximo e irmão.
Ele está tão próximo de nós que nem queremos acreditar.
Onde está o nosso Deus que acaba de nascer? (Cf. Mt 2, 2) Olha à tua volta… olha para os que contigo hoje se sentam à mesa… olha para ti… Aí está Ele, onde tu menos esperavas…
Um Santo Natal
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