Confiado naquilo que sabia o servo de um só talento nada fez. Ele que só tinha visto a face dura do seu senhor, desconhecia a largura do seu coração. Ele que o confundira com um rei qualquer, esquecera-se que para Deus pior do que se enganar ou errar ou pecar é nada fazer, é comodamente permanecer no seu egoísmo fechado à novidade, ao outro, ao Espírito.
Todos temos muitos talentos (um talento correspondia a seis mil dias de trabalho!): a confiança ilimitada, livre e libertadora do Pai; o tempo oferecido em cada manhã e agradecido ao adormecer; o que cada um é, na sua originalidade única, indispensável, criadora e cheia de sonhos, vontades, desejos, ideias, utopias; a comunidade onde nascemos, crescemos, estudamos, trabalhamos e nos divertimos. Com tudo isto somos chamados a arriscar em vez de conservar; a olhar em frente em vez de chorarmos o passado; a não confiar num deus aprendido mas a arriscar ir ao Seu encontro e, numa relação pessoal quotidianamente alimentada, perceber a Sua criatividade amorosa; a não ter medo de se fazer ao largo da vida e no mundo porque não temos o direito de não nos darmos a conhecer, de não proporcionar aos outros o nosso abraço, de recusar o nosso sorriso e, para nós cristãos, de não doarmos esta alegria e tesouro de sermos totalmente amados e queridos por um Senhor que, afinal, não é tão terrível como tínhamos imaginado ou nos tinham contado.
sábado, 15 de novembro de 2008
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2 comentários:
Muitas vezes somos egoistas e guardamos só para nós o que temos de melhor, embora pouco mas se partilhado crescerá concerteza. Meu Deus como somos tão pobres ...(sinto que realmente faço tão pouco....)
Pensei em ser catequista porque, embora não tenha conhecimentos profundos, julgo serem suficientes para começar a encaminhar os mais novos até à meta que é Deus. Sei que vou ter grandes dificuldades, vou errar também, mas não deixarei de "arriscar ir ao Seu encontro".
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