quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Sintra III - Convento dos Capuchos

O convento dos capuchos foi edificado em 1560 e constitui o mais surpreendente e menos conhecido monumento de Sintra. Não tem nada a ver com os grandiosos conventos seus contemporâneos, de estilo bem demarcado e de afirmação do poder e da riqueza da Igreja de então. É pequeno (oito celas), arquitectonicamente anónimo, com uma pequena e simples capela (ainda assim o edifício mais “solene”), um refeitório com uma laje de pedra a servir de mesa. Para entrar nas celas os monges tinham que ajoelhar-se dado o tamanho minúsculo das portas. O único luxo é o uso da cortiça dos sobreiros da cerca para isolamento de algumas divisões.
Um exagero de austeridade? Talvez. Mas é a reacção de uns poucos cristãos escandalizados pela então ostentação escandalosa da Igreja. Assim funciona o Espírito: não deixa de suscitar na sua Igreja homens e mulheres que indo contra a corrente dominante, desafiam as hierarquias e as regras vigentes por fidelidade à Palavra. Por isso, nada nos deve perturbar nem espantar nem desanimar diante da incompreensível cegueira de alguns incapazes de perceber os sinais dos tempos. O Espírito de Jesus Ressuscitado é como o convento dos capuchos: não se dá por ele, esta oculto no meio do mundo, é humilde e simples, quase ninguém o visita. Mas quem o descobre jamais o esquece.

1 comentário:

Grupo de Jovens disse...

Quem construirá o "convento dos Capuchos" nos dias de hoje?
Quem conseguirá mostrar que o caminho não passa só por ideias rigidas, por teorias que parecem querer tapar o essencial, que não o revelam...
Parecem cada vez mais ideias de homens que não se deixam tocar, nem inspirar por Ele...
Algumas vezes dou por mim a pensar...(onde está o amor nessas ideias, como podem elas fazer-me acreditar mais e querer continuar a segui-lO, se Ele voltasse faria assim?)
Apesar desta reflexão que a mensagem suscitou, ficou a ideia que continua a queimar o peito: "Quem o descobre jamais O esquece"...