sábado, 6 de fevereiro de 2010

Oração Taizé

Ontem tivemos a capela do colégio cheia para a oração Taizé. Alunos, famílias, professores, irmãs e outras pessoas reservaram a noite de sexta-feira para celebrar pelo silêncio, pelo canto e pela Palavra a alegria que, como dizia o D. Manuel na quinta-feira, não tem ressaca.
No fim de uma semana atribulada fui presenteado com uma excelente nota no exame de filosofia da linguagem e, principalmente, com um momento de oração que retemperou, congregou e enviou a partilhar o tesouro que levamos em vasos de barro.
Infelizmente esqueci-me da máquina fotográfica no colégio e não posso colocar aqui algumas fotos da capela. Mas, a partir de hoje deixarei aqui excertos da Carta da China, o texto do irmão Alois que servirá de reflexão aos participantes no Encontro Ibérico de Taizé, no Porto, a partir do próximo sábado. É uma texto tão simples como incisivo e desafiante. Vale a pena fazer deste texto objecto do nosso tempo e da nossa reflexão. Para mais que estamos às portas da quaresma. Hoje deixarei aqui o primeiro excerto e, a partir de segunda, o restante. Bom fim-de-semana.

Para lá das grandes diferenças culturais que podem criar barreiras entre os continentes, todos os seres humanos formam uma só família: a nossa visita à China confirmou-nos esta convicção. Qualquer que seja a nossa cultura, a nossa idade ou a nossa história, temos em comum uma espera, uma sede de vida em plenitude. A Bíblia menciona frequentemente esta sede. Vê nela uma marca deixada por Deus para nos atrair a ele. Será que aceitamos deixar-nos trabalhar por esta sede, sem querer satisfazê-la demasiado depressa? Em nós, ela pode tornar-se amor ardente por Aquele que está sempre para lá daquilo que compreendemos dele. Quanto mais procuramos Deus mais podemos fazer esta surpreendente descoberta: é ele que nos procura em primeiro lugar. No livro do profeta Oseias, Deus fala do seu povo como um homem da sua amada: «É assim que a vou seduzir: ao deserto a conduzirei, para lhe falar ao coração.» Depois acrescenta: «Casar-me-ei contigo para sempre... com amor e misericórdia.» Em Jesus, este desejo de Deus pelo ser humano torna-se numa realidade de carne e osso. Cristo quis permanecer perto de nós para sempre e pagou um preço por isso: pela sua morte numa cruz, desceu até ao último lugar, até ao ponto de se tornar no inocente perseguido sem razão. E agora, ressuscitado, ele comunica-nos o Espírito Santo, presença invisível que nos atrai à plenitude de Deus.

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