
No fim de uma semana atribulada fui presenteado com uma excelente nota no exame de filosofia da linguagem e, principalmente, com um momento de oração que retemperou, congregou e enviou a partilhar o tesouro que levamos em vasos de barro.
Infelizmente esqueci-me da máquina fotográfica no colégio e não posso colocar aqui algumas fotos da capela. Mas, a partir de hoje deixarei aqui excertos da Carta da China, o texto do irmão Alois que servirá de reflexão aos participantes no Encontro Ibérico de Taizé, no Porto, a partir do próximo sábado. É uma texto tão simples como incisivo e desafiante. Vale a pena fazer deste texto objecto do nosso tempo e da nossa reflexão. Para mais que estamos às portas da quaresma. Hoje deixarei aqui o primeiro excerto e, a partir de segunda, o restante. Bom fim-de-semana.
Para lá das grandes diferenças culturais que podem criar barreiras entre os continentes, todos os seres humanos formam uma só família: a nossa visita à China confirmou-nos esta convicção. Qualquer que seja a nossa cultura, a nossa idade ou a nossa história, temos em comum uma espera, uma sede de vida em plenitude. A Bíblia menciona frequentemente esta sede. Vê nela uma marca deixada por Deus para nos atrair a ele. Será que aceitamos deixar-nos trabalhar por esta sede, sem querer satisfazê-la demasiado depressa? Em nós, ela pode tornar-se amor ardente por Aquele que está sempre para lá daquilo que compreendemos dele. Quanto mais procuramos Deus mais podemos fazer esta surpreendente descoberta: é ele que nos procura em primeiro lugar. No livro do profeta Oseias, Deus fala do seu povo como um homem da sua amada: «É assim que a vou seduzir: ao deserto a conduzirei, para lhe falar ao coração.» Depois acrescenta: «Casar-me-ei contigo para sempre... com amor e misericórdia.» Em Jesus, este desejo de Deus pelo ser humano torna-se numa realidade de carne e osso. Cristo quis permanecer perto de nós para sempre e pagou um preço por isso: pela sua morte numa cruz, desceu até ao último lugar, até ao ponto de se tornar no inocente perseguido sem razão. E agora, ressuscitado, ele comunica-nos o Espírito Santo, presença invisível que nos atrai à plenitude de Deus.
Sem comentários:
Enviar um comentário