terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Carta da China III

Há pouco, no contexto do cristianismo e da sua diversidade, apresentei aos meus alunos do oitavo ano um pequeno filme sobre Taizé. São magníficas as palavras do irmão Roger a certo momento: "Talvez eles [os jovens] gostariam de ser capazes de dizer algo a Deus, a Cristo, ao Espírito Santo e não sabem como porque nunca foram introduzidos à oração pessoal. Sempre que ouço os jovens penso: será que eles saberão que já têm fé, por causa do seu desejo, da sua espera?" É tudo uma questão de inquietude. Bem, aqui fica a terceira parte da Carta da China do irmão Alois.

Deixemos despertar em nós a mais profunda das esperas: o desejo de Deus! É verdade que o espírito de admiração e de adoração não é fácil de manter quando as nossas sociedades valorizam tanto uma eficácia imediata. Contudo, é nos longos momentos de silêncio, onde aparentemente nada se passa, que o Espírito Santo trabalha em nós, sem que saibamos como. Saber esperar... Estar presentes, simplesmente, gratuitamente. Ajoelhar-nos, reconhecer que Deus está presente. Abrir as mãos em sinal de acolhimento. Fazer silêncio já é uma expressão de abertura a Deus. Há gestos de adoração e de recolhimento que fazem parte das culturas asiáticas há muitos séculos. Será que os cristãos, marcados pela secularização, poderiam encontrar nestes gestos um alento para renovarem a sua oração? Nas liturgias e encontros, a interioridade pode aliar-se a uma dimensão comunitária e festiva.

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