Gostei muito de participar na noite mágica da passada segunda-feira em Ovar. Vi exageros? Nada que já não tivesse presenciado numa queima académica ou numa na noite longa do S. João portuense. Mas também vi imaginação, alegria, muito bom ambiente e, aqui e ali, amigos que há muito não encontrava. Só tive pena de ainda não ter sido este ano que presenciei o cortejo carnavalesco, em que pelo segundo ano consecutivo o grupo de passerelle de Válega, os Bailarinos, saíram vencedores (e pelo que me dizem muito justamente). Já agora para os seus líderes e elementos (alguns tive o prazer de conhecer pessoalmente e tenho-os por amigos) os meus orgulhosos parabéns.
Mas depois do Carnaval (a junção portuguesa das palavras latinas carne vale - viva a carne enquanto dizemos adeus à carne por causa da quaresma) é tempo de parar, já que vamos a meio do ano lectivo, do ano litúrgico e do ano laboral. Quem sabe viver as diferentes dimensões da vida sabe que, por vezes, deve parar. Eis a quaresma.
Para esta quaresma, procurava ontem à noite na cama, nos seis evangelhos que nos vão acompanhar até domingo de Páscoa, um lema que unificasse toda a reflexão quaresmal e que desse sentido às propostas que irei aqui colocando. Aliás, não entendo como se pode preparar pastoralmente um tempo litúrgico sem algo que balize todas as diferentes actividades a programar, sob pena de termos uma incompreensível manta de retalhos ou, ainda pior, não termos nada.
Como estamos no ano paulino decidi criar o meu lema de quaresma adaptando uma frase do Apóstolo. Assim ficou esta frase: "Seguimos um escândalo para os religiosos e uma loucura para os ateus" (Cf. 1Cor 1, 23).
Se a minha arte informática não fosse muito débil, em cada domingo colocaria aqui uma capa de jornal (local predilecto para os escândalos) e um relatório médico (onde se diagnosticam as loucuras) porque o que vamos reflectir ao longo desta quaresma não é mais que a desconstrução de todos os esquemas religiosos de sempre e de todas a formas de ser feliz que o mundo e a sociedade entendem como as normais, as únicas e as melhores.
Começo esta quaresma consciente e arrependido por não deixar vingar em mim a novidade cristã nem a ousadia da conduta social de Jesus. Por isso, sob cinzas peço ao Senhor que me ajude a escutar e a acreditar no Evangelho.
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
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