Neste domingo iniciamos a semana maior para os cristãos que culminará na razão de toda a esperança que enche a vida de um crente cristão: a Páscoa de Jesus de Nazaré. Mas antes é necessário meditar em cada um dos últimos passos do Mestre. Este domingo apenas nos dá uma panorâmica do que durante a semana tentaremos assimilar e actualizar. Ainda o vivemos num ambiente quaresmal. Hoje seguimos os relatos de Lucas sobre o gesto profético do Mestre a entrar em Jerusalém sobre um jumentinho e sobre a paixão de Jesus.
Aqui deixo apenas uma pequena reflexão sobre a paixão de Jesus segundo Lucas porque o ideal é lê-la e escutá-la pessoalmente.
Leio a paixão deste domingo à luz do lema quaresmal: que fizeste da tua liberdade?
Jesus é livre até ao fim e, por isso, o seu gesto é um gesto de amor que resume todos o gestos de amor que foi espalhando ao longo do seu caminho e concretiza todas as suas palavras marcadas pelo texto de Isaías na sinagoga de Nazaré.
Assim, ao longo do seu caminho para a morte Jesus deixa um gesto com o pão e o vinho que faz memória de toda a sua vida e, logo de seguida, alerta os seus discípulos, os que comem desse pão e bebem desse vinho, para não procederem como os que detêm o poder, mas como quem serve.
Ao longo do caminho para a morte Jesus ora muitas vezes (por si e por todos os que, de diferentes formas, o matam, entregam, negam, ignoram), distribui a cura (a orelha cortada de um soldado), o perdão (a Pedro com um olhar, a todos os que não sabem o que fazem com uma oração ao Pai, ao companheiro de suplício com a abertura das portas do paraíso), a reconciliação (Pilatos e Herodes tornam-se amigos depois da visita de Jesus a cada um deles), e palavras de conforto às pessoas mais esquecidas e desvalorizadas do seu tempo: as mulheres. Finalmente, como homem que livremente todo se dá coloca o que lhe resta nas mãos do Pai: o seu Espírito que hoje guia e inspira quem se deixa tocar pelo seu modo de ser.
Que fizeste com a tua liberdade? Foste senhor em vez de servo? Oraste pela tua vontade e pelo teu sucesso? Distribuíste dor, ressentimento, desavença, juízo, solidão, sofrimento? Mataste o Deus visualizado em Jesus? Ou, pelo contrário, como Simão de Cirene, segues com a cruz às costas atrás de Jesus? Áquele obrigaram-no, mas a nós é pedida uma decisão livre para que da liberdade possa nascer ressurreição.
Uma santa semana santa para todos.
sábado, 27 de março de 2010
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