Li com agrado algumas intervenções certeiras sobre a educação em Portugal reproduzidas na revista do Expresso do passado sábado. O meu agrado advém da me sentir bem acompanhado nas críticas que aqui tenho vindo a expor e na crença de que, a pouco e pouco, são muitos os que partilham estas opiniões, o que nos faz ter alguma esperança no futuro. Aqui fica, por temas, algumas das pertinentes afirmações.
Indisciplina: «Tolerância zero à indisciplina, com penalizações inflexíveis a incidir sobre as notas, as propinas, a própria frequência. Tolerância zero à interferência histérica e abusiva de pais na sobreprotecção dos "meninos"» (Rita Ferro)
Avaliação: «Não há melhor avaliação do que quando um estudante está pressionado como se estivesse na vida. Negar estas exigências da vida é de gente tola.» (Medina Carreira); «É necessário instituir seriedade na avaliação dos estudantes, o que cada vez me parece mais difícil enquanto o GAVE estiver na dependência do ministério da educação.» (Nuno Crato)
Professores: «É preciso maior seriedade na formação científica dos futuros professores - instituir um exame de entrada na profissão seria um primeiro passo fundamental.» (Nuno Crato)
Reuniões: «O hábito nacional das reuniões é o espelho do que somos. Detesto reuniões. Falam todos, repetem-se. Um massacre extraordinário de palavreado, tal como a discussão do nosso sistema de ensino.» (Medina Carreira)
Como se chegou a este estado de coisas?: «[nos] últimos anos da década de oitenta, altura em que o ensino começou a ser dominado por uma série de ideias pedagógicas ditas modernas mas na realidade retrógradas, que tinham feito o seu curso nos Estados Unidos a partir dos anos 1920» (Nuno Crato)
O que fazer?: voltar «a destacar o papel do ensino como transmissão organizada de conhecimentos e dar verdadeira autonomia às escolas e aos professores. O ministério deveria promover a avaliação de resultados e deixar de controlar processos. Faz exactamente ao contrário.» (Nuno Crato)
Se nada mudar...: «Vamos ter um país de velhos, com esta geração a pagar as dívidas que hoje se contraem. E sem educação». (Medina Carreira)
Proposta facilitadora e economizadora: «Tenho uma proposta modernista, que constitui um avanço civilizacional: delegações das universidades nas maternidades, para passar diplomas as recém-nascidos. Poupava-se imenso aos país.» (Medina Carreira)
Sem mais comentários. Bom fim-de-semana.
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
É com pesar que constato que no Brasil a situação não está por ângulo algum melhor...
Enviar um comentário